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Gigantesca erupção solar é sentida na Terra, na Lua e em Marte simultaneamente

Foi a primeira vez que um fenômeno do tipo foi registrado ao mesmo tempo no nosso planeta e seus vizinhos
Por History Channel Brasil em 06 de Agosto de 2023 às 15:58 HS
Gigantesca erupção solar é sentida na Terra, na Lua e em Marte simultaneamente-0

Uma gigantesca erupção solar foi sentida na Terra, na Lua e em Marte ao mesmo tempo pela primeira vez. O fenômeno foi detectado por instrumentos científicos presentes no nosso planeta, em seu satélite natural e em solo marciano. De acordo com os pesquisadores, a descoberta alerta sobre os perigos da radiação espacial para futuras missões tripuladas de exploração espacial.

Risco para astronautas

Segundo o estudo, publicado na periódico Geographical Research Letters, a ejeção de massa coronal irrompeu do Sol em 28 de outubro de 2021. A erupção se espalhou por uma área tão ampla que Marte e a Terra (embora em lados opostos do Sol e separados por cerca de 250 milhões de quilômetros) receberam um influxo de partículas energéticas. A explosão foi detectada por diversos equipamentos internacionais, como o ExoMars Trace Gas Orbiter (TGO), da Agência Espacial Europeia (ESA), a sonda Curiosity, da NASA, o módulo de pouso Chang'e-4 Moon, da Administração Espacial Nacional da China (CNSA), o Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA, e o orbitador terrestre Eu:CROPIS, do Centro Aeroespacial Alemão (DLR).

O evento é um exemplo de um raro "evento no nível do solo" (GLE, na sigla em inglês). Durante esses eventos, as partículas do Sol têm energia suficiente para passar pela bolha magnética que envolve a Terra e nos protege de explosões solares menos energéticas. Como a Lua e Marte não geram seus próprios campos magnéticos, essas partículas podem facilmente atingir suas superfícies e até interagir com o solo para gerar radiação secundária. 

Como a Lua e Marte são alvo da futura exploração humana, é importante entender esses eventos solares e seu potencial impacto no corpo humano. Segundo os cientistas, os astronautas correm o risco de doenças causadas pela radiação. Uma dose acima de 700 miligray (a unidade para a absorção de radiação) pode afetar a saúde por meio da destruição da medula óssea, resultando em sintomas como infecção e hemorragia interna. "Compreender esses eventos é crucial para futuras missões tripuladas à superfície da Lua”, disse Jingnan Guo, um dos autores do estudo.

Fontes
ESA
Imagens
iStock