A incrível “cidade perdida” descoberta por pesquisadores nas profundezas do oceano
Durante pesquisas no ano 2000, cientistas descobriram uma incrível "cidade perdida" no fundo do oceano. Situado a mais de 700 metros abaixo da superfície do mar, a oeste da Dorsal Mesoatlântica, o local abriga estruturas naturais semelhantes a torres, paredes e colunas que podem atingir até 60 metros de altura. Agora, um grupo de pesquisadores quer transformar esse cenário em Patrimônio da Humanidade para preservá-lo de ameaças.
Ecossistema único
Segundo Gretchen Fruh-Green, pesquisadora sênior do Departamento de Ciências da Terra na Universidade ETH-Zurich, na Suíça, ela e seus colegas se surpreenderam com a descoberta no fundo do mar. "Não sabíamos exatamente como nomear o que estávamos vendo. Enxergamos corais e depois enormes estruturas brancas: fontes hidrotermais em forma de torres e chaminés que emitem água quente no fundo da terra", disse ela em um artigo para o Greenpeace. Como algumas das estruturas se assemelhavam a catedrais, os pesquisadores passaram a chamar o local de "Cidade Perdida".
It’s pitch black in the deep ocean, which makes every bit of light that #HOVAlvin can take down critically important to achieving its mission of advancing research and discovery. #Alvin6500 #NSFfunded @NSF @USNavyResearch @oceanexplorer @unols @DeepSea_PLhttps://t.co/Zq7DEmL9zn pic.twitter.com/uI53Hp3dEY
— Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) (@WHOI) August 29, 2022
Durante pelo menos 120 mil anos, o manto ascendente nesta parte do planeta reage com a água do mar para produzir hidrogênio, metano e outros gases dissolvidos no oceano. Esse ambiente resultou em um ecossistema único. Entre as rachaduras e fendas que compõem as "catedrais", os hidrocarbonetos são alimento para novas comunidades de micróbios, capazes de se desenvolver mesmo sem a menor presença de oxigênio e que habitam chaminés que expelem gases a 40°C.
Nesses locais também vive uma enorme quantidade de caracóis e crustáceos, e, em menor número, animais de maior tamanho, como camarões, caranguejos, ouriços-do-mar e enguias, desafiando a natureza extrema do ambiente. Esse local só é acessível aos humanos por meio de veículos de exploração controlados à distância.
Mas, os cientistas não são os únicos atraídos por esse cenário incomum. Em 2018, foi anunciado que a Polônia havia conquistado os direitos de minerar o mar profundo ao redor da Cidade Perdida, o que poderia resultar em consequências imprevisíveis. Por isso, alguns especialistas estão pedindo que a Cidade Perdida seja listada como Patrimônio da Humanidade, para proteger a maravilha natural antes que seja tarde demais.