Inicio

Marte pode ter sido habitável até mais recentemente do que se imaginava

Descoberta surpreendente sobre o campo magnético marciano levanta novas questões sobre a possibilidade de vida no Planeta Vermelho
Por History Channel Brasil em 09 de Novembro de 2024 às 13:05 HS
Marte pode ter sido habitável até mais recentemente do que se imaginava-0

Cientistas da Universidade Harvard afirmam que Marte pode ter sido habitável até um período mais recente do que se imaginava. Isso porque evidências indicam que o campo magnético do Planeta Vermelho, essencial para proteger a vida, teria existido até 3,9 bilhões de anos atrás (enquanto estimativas anteriores apontavam que ele desapareceu antes disso). Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature Communications. 

“Dínamo marciano”

Os especialistas utilizaram simulações computacionais para analisar o “dínamo marciano”, o mecanismo no núcleo do planeta que gerava seu campo magnético. Estudos anteriores baseavam-se na análise de anomalias magnéticas em crateras de Marte, onde a fraca magnetização era interpretada como a ausência de um campo magnético no momento de sua formação. Porém, agora, os cientistas acreditam que a fraqueza magnética dessas crateras pode ser devido ao fato de terem se formado durante um período de inversão de polaridade em Marte, quando seus polos magnéticos se invertiam.

Se o estudo estiver correto, o campo magnético de Marte não desapareceu há 4,1 bilhões de anos, mas permaneceu ativo até pelo menos 3,9 bilhões de anos atrás. Segundo os pesquisadores, os 200 milhões de anos adicionais poderiam ter tido enormes consequências para o potencial de vida marciana. Isso ocorre porque eles coincidem com a era em que a superfície do Planeta Vermelho ficou coberta de água. Com o campo magnético ainda presente para proteger a superfície, a vida poderia ter tido uma chance de começar em um ambiente aquático sem ser eliminada pela radiação cósmica do espaço.

"Estamos tentando responder a perguntas primárias e importantes sobre como tudo chegou a ser assim, até mesmo por que todo o Sistema Solar é do jeito que é", disse Sarah Steele, uma das líderes do estudo. "Os campos magnéticos planetários são nossa melhor ferramenta para responder a muitas dessas perguntas e uma das únicas maneiras que temos para aprender sobre os interiores profundos e as histórias iniciais dos planetas", completou.

Fontes
Space.com e Universidade Harvard
Imagens
istock