Missão da Índia indica que a Lua foi coberta por um oceano de magma
Dados recentes coletados pela missão Chandrayaan-3, da Índia, reforçam a teoria de que a Lua foi coberta por um oceano de magma em seu passado remoto. Pesquisadores chegaram a essa conclusão com base em medições feitas pelo veículo Pragyan, que explorou o polo sul lunar após o pouso do módulo Vikram, em agosto de 2023. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature.
Geologia lunar
O modelo do oceano de magma foi concebido pela primeira vez após o retorno das amostras da missão Apollo 11, da NASA. Mas a missão indiana pousou em uma região mais ao sul do que qualquer outra nave havia alcançado antes, oferecendo aos cientistas uma nova perspectiva sobre a geologia da Lua. O veículo Pragyan detectou que o solo lunar ao redor do módulo é composto predominantemente por anortosito ferroso, um tipo de rocha branca, cuja composição química é notavelmente uniforme.
Os cientistas observaram que a composição química do solo no polo sul é intermediária entre amostras coletadas em duas missões anteriores: a Apollo 16, dos EUA, e a Luna 20, da União Soviética, ambas de 1972. A grande semelhança nas composições químicas de todas essas amostras, apesar de terem vindo de locais geográficos muito distantes na Lua, reforça a ideia de que um único oceano de magma cobriu a Lua no início de sua história.
Acredita-se que a Lua tenha se formado quando um planeta do tamanho de Marte colidiu com a Terra, ejetando rochas que subsequentemente se uniram para formar o único satélite do nosso planeta. O oceano de magma lunar teria existido desde a sua formação até dezenas ou centenas de milhões de anos depois. O resfriamento e a cristalização desse magma eventualmente resultaram nas rochas de anortosito ferroso que compõem a crosta lunar.