Inicio

Mumificação de dinossauros: a rara ocorrência que fascina os cientistas

O fenômeno da preservação natural desses animais representa um verdadeiro tesouro para a paleontologia
Por History Channel Brasil em 22 de Julho de 2023 às 12:45 HS
Mumificação de dinossauros: a rara ocorrência que fascina os cientistas-0

No mundo da paleontologia, os fósseis são um grande tesouro. Mas, de tempos em tempos, é descoberto algo muito mais estranho e valioso do que simples restos de animais preservados em rocha. Trata-se de algo tão raro que permite aos cientistas terem uma visão mais precisa de um mundo perdido que existiu há milhões de anos: uma múmia de dinossauro.

"Tutancâmon dos dinossauros”

Em entrevista ao El País, o paleontólogo argentino Juan Ignacio Canale, pesquisador do Conselho Nacional de Pesquisas Científicas e Técnicas (CONICET), explicou o que é uma múmia de dinossauro: "Fala-se de múmia quando, além do esqueleto, há alguma parte mole preservada. É um tipo de fossilização singular, além do que já é excepcional por si só, porque se o processo natural de reciclagem da matéria seguisse seu curso perfeito, os fósseis não existiriam".

Borealopelta markmitchelli
Borealopelta markmitchelli (Imagem: Etemenanki3 (CC BY-SA 4.0), via Wikimedia Commons)

O fenômeno da mumificação em animais extintos há milhões de anos é realmente um tesouro para os paleontólogos, pois fornece informações que de outra forma ficariam sujeitas à interpretação. Como era a pele? Como eram as escamas? Tinham penas, filamentos, cascos ou garras? São perguntas que, por meio de uma múmia, podem ser respondidas rapidamente.

Segundo os pesquisadores, para que a mumificação ocorra de forma natural, é necessário ter condições ambientais específicas, onde não possa existir nenhum necrófago (animais que consomem organismos mortos), e que o cadáver permaneça intocado por milhões de anos, sem sol, sem ar e sem correntes aquáticas.

Essa espécie de "sarcófago natural" foi o que protegeu o Borealopelta markmitchelli, um herbívoro coberto por uma armadura com espinhos, único em sua espécie, que foi descoberto em Alberta, Canadá. Este animal foi levado até o mar por algum rio pré-histórico, desinflou-se dos gases putrefatos, afundou e foi sepultado sob um fundo lamacento e gelado, onde permaneceu a salvo de carniças por 112 milhões de anos. Exibido no Museu Royal Tyrrell, o exemplar é considerado uma das maiores joias da paleontologia, a ponto de ser chamado de  "Tutancâmon dos dinossauros”.

Fontes
El País
Imagens
ケラトプスユウタ(CC BY-SA 4.0), via WIkimedia Commons - https://creativecommons.org/licenses/by-sa/4.0/deed.en