Dinossauro mumificado deixa comunidade científica abalada
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Em 1999, foi descoberto, em Dakota do Norte, nos Estados Unidos, um fóssil de Edmontosaurus, um dinossauro com bico de pato que viveu há aproximadamente 67 milhões de anos. O que faz desse fóssil excepcional é seu nível de conservação, já que ele preserva inclusive a pele (transformada em pedra após tantos milhões de anos), trazendo uma oportunidade única para conhecer seu aspecto externo. O animal está basicamente mumificado.
Fossilização atípica
Em 2018, os trabalhos sobre esse fóssil foram retomados, e os paleontólogos descobriram que ele havia sido mordido por pelo menos dois animais carnívoros, o que desafia a crença de que, para que um corpo se conserve, deve ser enterrado rapidamente. No entanto, essa “pata mumificada” esteve exposta a intempéries e animais. Então, como foi possível a sua fossilização?
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Segundo os cientistas, os orifícios gerados pelas mordidas dos animais permitiram que os gases, fluidos e micróbios saíssem do corpo antes que o descompusessem por completo. Dessa maneira, a pele do animal pôde ser dessecada antes de ser enterrada, iniciando o processo de fossilização que o permitiu chegar a um estado de conservação inédito.
A equipe do paleontólogo Phillip Manning usou um tomógrafo de grande escala, fornecido pela NASA e pela Boeing, para gerar escaneamentos de alta resolução dos músculos e tendões preservados das pernas traseiras. A preservação de seus músculos e tendões ajudou a revelar segredos sobre o animal. Os resultados indicam que o dinossauro provavelmente poderia ter corrido a 45 km/h), mais rápido do que a velocidade máxima estimada do Tiranossauro rex, que alcançava 27 km/h.