Não foi asteroide? Novo estudo aponta outra causa para o fim dos dinossauros
Um novo estudo reacende o debate a respeito da causa da extinção dos dinossauros. De acordo com o artigo, publicado na revista Science, a queda de um asteroide há 66 milhões de anos não foi responsável pelo fim dos animais pré-históricos. Usando um modelo computacional inédito, os cientistas concluíram que uma série de erupções vulcânicas colossais pode ter sido o verdadeiro motivo do desaparecimento desse grupo de répteis.
Explosões de gás
Os cientistas da Universidade de Dartmouth, no Reino Unido, projetaram uma simulação que usou dados geológicos do mundo real para analisar mais de 300 mil cenários possíveis para a extinção dos dinossauros. O sistema foi programado para explicar os registros fósseis ao longo de um milhão de anos antes e depois do fim desses animais. O modelo revelou que enormes explosões de gás produzidas por erupções vulcânicas que formaram os Basaltos do Decão, na Índia, resultaram no evento de extinção em massa.
Estima-se que o mega vulcão da Índia tenha expelido até 10,4 bilhões de toneladas de dióxido de carbono e 9,3 bilhões de toneladas de dióxido de enxofre na atmosfera da Terra durante cerca de um milhão de anos de erupções. As simulações de computador determinaram que a quantidade de gás expelido na atmosfera pelo vulcanismo por si só foi suficiente para explicar as mudanças na temperatura e no carbono responsáveis pelo fim dos dinossauros.
“Sabemos historicamente que os vulcões podem causar extinções em massa, mas esta é a primeira estimativa independente das emissões voláteis retirada das evidências dos seus efeitos ambientais”, disse Brenhin Keller, coautor do estudo. O estudo sugere ainda que o impacto do asteroide que formou a enorme cratera Chicxulub, onde hoje é o México, provavelmente não produziu um grande aumento no dióxido de carbono ou no dióxido de enxofre.
Mas a conclusão do estudo foi questionada por outros pesquisadores. Sierra Petersen, geoquímica da Universidade de Michigan em Ann Arbor, nos Estados Unidos, disse ao site Science News que as proporções de isótopos de oxigênio encontradas em registros fósseis utilizados no modelo podem mudar devido à composição da água do mar, e não apenas ao clima. “É um tanto precipitado dizer que este estudo mostra que o impacto (do asteroide) não causou a extinção”, disse ela.