Novo estudo sugere que a energia escura não existe
Pesquisadores da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, apresentaram uma hipótese revolucionária que questiona a existência da energia escura, frequentemente usada para explicar a expansão acelerada do universo. Com base em novas análises de curvas de luz de supernovas, os cientistas argumentam que o cosmos se expande de forma mais irregular do que se pensava, eliminando a necessidade dessa entidade misteriosa.
Efeitos da gravidade no tempo
A equipe liderada pelo professor David Wiltshire baseia suas conclusões no modelo de "timescape", que considera os efeitos da gravidade no tempo. "Nossos resultados mostram que não precisamos de energia escura para explicar por que o universo parece se expandir a uma taxa acelerada", afirmou Wiltshire. Segundo ele, "a energia escura é uma identificação equivocada de variações na energia cinética da expansão, que não é uniforme em um Universo tão irregular quanto o nosso".
O modelo propõe que a gravidade desacelera o tempo, fazendo com que relógios em regiões densas, como a Via Láctea, marquem o tempo cerca de 35% mais devagar do que em regiões mais vazias do cosmos. Isso criaria a ilusão de uma aceleração na expansão quando se observa grandes vazios. Essa abordagem também pode oferecer respostas para outras questões, como a chamada "tensão de Hubble", que aponta discrepâncias entre diferentes medições da taxa de expansão do universo.
Embora o modelo de timescape tenha sido testado pela última vez em 2017 com resultados promissores, os cientistas agora possuem dados mais robustos, incluindo um catálogo de 1.535 supernovas. "As novas evidências são muito fortes e podem resolver algumas das principais anomalias ligadas à expansão do cosmos", declarou Wiltshire.
Futuras observações, como as esperadas dos telescópios Euclid e Nancy Grace Roman, podem confirmar ou refutar essa teoria. Até lá, a pesquisa publicada no periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society Letters promete intensificar o debate sobre o verdadeiro papel da energia escura e a natureza da expansão cósmica.