Novos “curativos inteligentes” prometem revolucionar o tratamento de feridas crônicas
Pesquisadores dos Estados Unidos estão desenvolvendo novas tecnologias que prometem revolucionar o tratamento de feridas crônicas, como úlceras diabéticas e ferimentos cirúrgicos. Entre essas inovações, estão curativos inteligentes que podem monitorar e responder automaticamente às mudanças nas condições de um machucado. Os dispositivos fornecem dados contínuos sobre a cicatrização e possíveis complicações, como infecções.
Materiais bioeletrônicos
Pacientes com feridas crônicas têm uma taxa de sobrevida pior do que a de câncer de mama, de próstata e outras doenças graves. O tratamento de feridas também é caro, custando cerca de 28 bilhões de dólares por ano apenas nos EUA. Para contornar esse problema, a equipe testou os curativos inteligentes (inicialmente em animais), publicando recentemente uma revisão desse estudo na revista Nature Materials.
“Estamos criando um novo tipo de ‘pele cibernética’ que pode ajudar essas feridas a cicatrizar, enquanto as mede e administra ao longo do caminho”, disse David G. Armstrong, coautor do estudo e professor de cirurgia e neurocirurgia da Escola de Medicina Keck, na Universidade do Sul da Califórnia. O estudo também avalia desafios e próximos passos para a implementação dessas tecnologias em pacientes, incluindo a aprovação regulatória e a comercialização.
Os curativos inteligentes são feitos usando uma variedade de matérias-primas de ponta, incluindo materiais bioeletrônicos, que podem ajudar na cicatrização ao fornecer estimulação elétrica aos tecidos e células. Muitos incorporam hidrogéis avançados, que são macios, flexíveis e capazes de armazenar e liberar medicamentos em resposta ao pH, temperatura ou outros fatores ambientais.
Segundo os pesquisadores, a tecnologia não só detecta problemas como inflamações e infecções, mas também pode administrar tratamentos em tempo real, alertando pacientes e profissionais de saúde via Bluetooth, tornando o cuidado mais eficiente e personalizado. “Estamos desenvolvendo curativos inteligentes de última geração que podem monitorar sem fio biomarcadores metabólicos e inflamatórios cruciais em fluidos de feridas,” disse Wei Gao, pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e coautor do estudo.