O que pode ter acontecido com o submarino que sumiu durante expedição ao Titanic?
Uma grande operação está em andamento no Atlântico Norte para localizar o submersível Titan, que desapareceu ao explorar os destroços do Titanic no domingo (18/06). O barco de pesquisa Polar Prince perdeu contato com a tripulação do Titan uma hora e 45 minutos após o início de sua descida. A Guarda Costeira dos Estados Unidos estimou que o submersível possuía entre 70 e 96 horas de oxigênio de emergência.
O que aconteceu com o Titan?
A expedição estava sendo conduzida pela empresa norte-americana OceanGate como parte de uma viagem de oito dias, na qual os convidados pagavam US$ 250 mil por pessoa para visitar o local do naufrágio. Movido a bateria, o Titan partiu com cinco pessoas a bordo. Em um artigo para o site The Conversation, Stefan B. Williams, Professor de robótica da Universidade de Sydney, na Austrália, abordou o que pode ter acontecido com a embarcação.
Em um cenário otimista, o Titan pode ter perdido energia e possuir um sistema de segurança integrado que o ajudará a retornar à superfície, disse Williams. Por exemplo, ele pode estar equipado com pesos adicionais que podem ser soltos para aumentar instantaneamente sua flutuabilidade e trazê-lo de volta à superfície.
Uma outra hipótese é que a embarcação pode ter perdido energia e acabado no fundo do oceano. Isso seria mais problemático. O pior cenário é que tenha ocorrido uma falha catastrófica na estrutura de pressão. Embora o casco do Titan seja projetado para resistir a intensas pressões em grandes profundidades, qualquer defeito em sua forma ou construção pode comprometer sua integridade, havendo o risco de implosão.
Outra possibilidade é que tenha ocorrido um incêndio a bordo, como resultado de um curto-circuito elétrico. Isso poderia comprometer os sistemas eletrônicos do veículo, usados para navegação e controle da embarcação. Incêndios são eventos desastrosos em ambientes fechados subaquáticos e podem potencialmente incapacitar a tripulação e os passageiros.
"Atualmente, a maioria das pesquisas subaquáticas e trabalhos industriais offshore são conduzidos usando veículos não tripulados e robóticos. A perda de um desses veículos pode comprometer o trabalho que está sendo feito, mas pelo menos vidas não estão em risco. À luz desses eventos, provavelmente haverá intensa discussão sobre os riscos associados ao uso desses sistemas para apoiar o turismo de águas profundas", afirmou Williams.