Pela primeira vez, cientistas descobrem microplásticos nos vasos sanguíneos humanos
Um estudo feito por cientistas da Universidade de Hull, no Reino Unido, descobriu a primeira evidência de contaminação por microplásticos em vasos sanguíneos humanos. Isso sugere que esse material pode passar das veias para o tecido vascular. De acordo com os pesquisadores, ainda não está claro quais são as implicações disso para a saúde humana.
Preocupação para os cientistas
Nesse estudo, que é o primeiro a sugerir que os microplásticos podem se infiltrar ou cruzar alguma barreira biológica, os cientistas analisaram tecidos da veia safena humana. Os tecidos foram extraídos de pacientes com doenças cardíacas que passaram por cirurgias de revascularização coronária (CRC). Nessas amostras foram encontradas 15 partículas de microplásticos por grama de tecido venoso.
“Ficamos surpresos ao encontrá-los”, disse a professora Jeanette Rotchell, toxicologista ambiental da Universidade de Hull, que liderou a pesquisa. “Já sabíamos que microplásticos haviam sido encontrados no sangue, como foi apontado por um estudo realizado por colegas holandeses no ano passado", afirmou. “Mas não estava claro se eles poderiam cruzar os vasos sanguíneos no tecido vascular e este trabalho sugere que eles podem fazer exatamente isso", explicou.
Embora ainda não se conheça as consequências para a saúde desse material nos vasos sanguíneos, os cientistas demonstraram preocupação. "A presença desses microplásticos nas veias poderia contribuir para danificar o interior delas, levando ao bloqueio com o passar do tempo", disse Mahmoud Loubani, coautor do estudo. "Precisamos identificar se existe alguma correlação e descobrir maneiras de talvez remover os microplásticos", completou.