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Pesquisadores descobrem que estranho animal marinho tem o poder de rejuvenescer

Espécie conhecida como água-viva-de-pente consegue reverter o envelhecimento, retrocedendo da fase adulta para a larval
Por History Channel Brasil em 13 de Novembro de 2024 às 17:35 HS
Pesquisadores descobrem que estranho animal marinho tem o poder de rejuvenescer-0

Uma pesquisa recente revelou uma descoberta surpreendente no reino animal: uma espécie conhecida como água-viva-de-pente (Mnemiopsis leidyi) pode reverter seu envelhecimento. Seguindo os cientistas, a criatura marinha é capaz de retornar de uma fase adulta para a larval. Um estudo sobre a descoberta foi publicado no periódico PNAS.

"Viagem no tempo"

“Demonstramos que as fases lobadas maduras de M. leidyi são capazes de regredir para uma fase larval após um período de estresse”, explicou Joan Soto-Angel, pós-doutorando no Museu Universitário de Bergen, Noruega. Essa capacidade de "viagem no tempo" levanta novas questões sobre a existência desse fenômeno em outras espécies. Conhecidas como ctenóforos, essas criaturas já intrigavam cientistas por suas capacidades de regeneração e reprodução. Recentemente, pesquisadores descobriram que dois indivíduos da espécie podem se fundir e virar um só. 

Mnemiopsis leidyi

Até então, acreditava-se que a transição de larva para adulto nessas espécies era irreversível. Contudo, Soto-Angel observou um fenômeno curioso em seu tanque de pesquisa, onde um ctenóforo adulto desapareceu e foi "substituído" por uma larva, levando-o a investigar se se tratava do mesmo indivíduo. Em parceria com Pawel Burkhardt, da Universidade de Bergen, ele conduziu experimentos para reproduzir esse processo de reversão em condições controladas.

Quando submetidas ao estresse da fome e de lesões físicas, as águas-vivas-de-pente exibiram uma habilidade extraordinária de retornar à fase larval. “Foi fascinante observar como elas lentamente se transformavam em uma larva típica de cydippida, como se estivessem voltando no tempo”, disse Soto-Angel. A transformação envolveu alterações não só morfológicas, mas também comportamentais, com hábitos de alimentação próprios da fase juvenil.

Com essa descoberta, a Mnemiopsis leidyi se posiciona como um novo modelo de pesquisa para entender o envelhecimento e o desenvolvimento em organismos primitivos. “Estamos em um momento muito empolgante”, afirmou Burkhardt. A equipe espera agora investigar o mecanismo molecular por trás do rejuvenescimento e o impacto desse processo na rede neural do animal, abrindo portas para futuras descobertas científicas.

Fontes
Universidade de Bergen
Imagens
istock