Duas pessoas teriam se comunicado através de sonhos, dizem pesquisadores

Imaginar que, durante o sono, seria possível interagir com amigos, resolver problemas ou adquirir novas habilidades parecia, até pouco tempo, um conceito exclusivo da ficção científica. No entanto, a empresa REMspace afirma que conseguiu fazer com que duas pessoas se comunicassem por meio de sonhos. A técnica promete abrir novos caminhos na compreensão dos sonhos lúcidos. 

Sonhos lúcidos

Esses estados, nos quais o sonhador toma consciência de estar sonhando sem acordar, ocorrem na fase REM do sono, caracterizada por intensa atividade cerebral e a vivência de sonhos vívidos. O experimento realizado pela REMspace teria demonstrado que é possível aproveitar esse estado para transmitir mensagens complexas entre pessoas que estão sonhando.

O avanço teria sido possível graças ao uso de um equipamento sofisticado de polissonografia, que monitorava as ondas cerebrais e outros parâmetros dos participantes durante o sono. Quando um deles atingia o estado de sonho lúcido, o sistema enviava uma palavra em um idioma inventado chamado Remmyo, desenvolvido especificamente para a comunicação onírica. Esse idioma se baseia em técnicas eletromiográficas que registram impulsos nervosos e musculares, permitindo enviar e receber mensagens em um contexto de sonho.

Segundo a REMspace, a primeira palavra transmitida foi “Zhilak”, que o primeiro participante processou e repetiu enquanto sonhava. Alguns minutos depois, o segundo sonhador também alcançou o estado REM e recebeu a mesma palavra, conseguindo repeti-la em seu próprio sonho. Ao acordar, ambos confirmaram que a transmissão havia sido bem-sucedida. De acordo com a empresa, esse momento representa a primeira comunicação efetiva entre duas pessoas em sonhos, um passo em direção à criação de um canal onírico em tempo real, que poderia mudar a forma como interagimos com o subconsciente.

Segundo a REMspace, a possibilidade de se comunicar em sonhos abre portas para o tratamento de problemas de saúde mental. Em teoria, pessoas com traumas ou dificuldades emocionais poderiam se beneficiar de sessões de sonho lúcido para abordar conflitos, praticar habilidades ou melhorar a regulação emocional em um ambiente controlado. Essa tecnologia, ao permitir experiências intensas e vívidas sem a necessidade de estar acordado, poderia transformar a terapia psicológica e os métodos de aprendizado, oferecendo novas ferramentas para o desenvolvimento pessoal.

No entanto, nem todos veem esse avanço de forma positiva. A possibilidade de transformar o sonho em um espaço produtivo gerou debates sobre seu impacto no descanso genuíno e na desconexão mental. A intervenção da tecnologia no descanso levanta questões sobre o equilíbrio entre produtividade e descanso.