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Pesquisadores encontram um novo reservatório de água na Lua

Estudo indica que recursos hídricos podem estar contidos em pequenas esferas de vidro formadas por impactos de asteroides com o solo lunar
Por History Channel Brasil em 28 de Março de 2023 às 12:10 HS
Pesquisadores encontram um novo reservatório de água na Lua-0

Uma equipe internacional de pesquisadores afirma que identificou um novo reservatório de água na Lua. Segundo os cientistas, a água está contida em pequenas esferas de vidro formadas por violentos impactos de asteroides com o solo lunar. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista Nature Geoscience. 

Reservatório hidratado

Várias missões já indicaram que a Lua não é tão seca quanto se imaginava. Pesquisas anteriores apontaram que a água da superfície lunar exibe ciclos diurnos, ou seja, ela se evapora durante os longos dias do satélite natural, sendo reposta em seguida. Isso sugere que deve haver uma camada ou reservatório hidratado nas profundezas dos solos lunares para sustentar a retenção, liberação e reposição da água.

O estudo, liderado por HU Sen, professor do Instituto de Geologia e Geofísica da Academia Chinesa de Ciências, propõe que esferas de vidro de impacto, um componente onipresente em solos lunares, podem formar esse reservatório hídrico não identificado. O estudo foi feito com base em amostras lunares trazidas para a Terra pela missão chinesa Chang'e 5, que trouxe cerca de 1,7 kg de material, incluindo amostras coletadas a um metro de profundidade no solo.

Testes nas partículas de vidro lunares revelaram que elas podem contar entre 300 milhões e 270 bilhões de toneladas de água ao todo. Ao contrário da água congelada em crateras permanentemente à sombra, a água contida nas esferas de vidro deve ser muito mais fácil de ser extraída por humanos ou robôs na Lua. “Não é que você irá sacudir o material e a água vai começar a pingar, mas há evidências de que quando a temperatura desse material passar de 100°C, ela começará a sair e poderá ser colhida”, disse Mahesh Anand, pesquisador da Open University e um dos autores do estudo, em entrevista ao The Guardian.

Fontes
Academia Chinesa de Ciências, via EurekAlert, The Guardian e IFLScience
Imagens
iStock