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Pioneiro da Inteligência Artificial diz que essa tecnologia põe o futuro da humanidade em risco

Cientista Geoffrey Hinton fez a advertência logo após pedir demissão do Google e afirmar que se arrepende do seu trabalho
Por History Channel Brasil em 06 de Maio de 2023 às 15:45 HS
Pioneiro da Inteligência Artificial diz que essa tecnologia põe o futuro da humanidade em risco-0

O cientista da computação Geoffrey Hinton, um dos pioneiros da Inteligência Artificial (IA), resolveu alertar o mundo sobre o "risco existencial" representado por essa tecnologia para a raça humana. Ele fez a advertência logo após pedir demissão do cargo que ocupava no Google. Em um comunicado ao New York Times, o pesquisador afirmou que se arrepende de seu trabalho.

Chatbots assustadores

A pesquisa pioneira de Hinton sobre redes neurais e deep learning abriu o caminho para os atuais sistemas de IA, como o ChatGPT. No ramo da Inteligência Artificial, as redes neurais são sistemas semelhantes ao cérebro humano na forma como aprendem e processam informações. Elas permitem que as IAs aprendam com a experiência, como uma pessoa faria.

Geoffrey Hinton
Geoffrey Hinton (Imagem: Steve Jurvetson (CC BY 2.0), via Wikimedia Commons)

Hinton, de 75 anos, disse que saiu do Google para poder falar abertamente sobre os riscos potenciais da Inteligência Artificial. Em entrevista à BBC, ele disse que os chatbots são “bastante assustadores”, alertando que eles podem se tornar mais inteligentes que os humanos e poderiam ser explorados por pessoas más. “Eles são capazes de produzir muitos textos automaticamente para que você possa obter uma grande quantidade de spambots bastante eficazes. Isso permitirá que líderes autoritários manipulem seus eleitorados, coisas assim”, afirmou.

A preocupação de Hinton no curto prazo é que as pessoas não conseguirão mais discernir o que é verdade com fotos, vídeos e textos gerados por IA inundando a internet. Ele também reconheceu que, ao contrário do que acontece com as armas nucleares, não existem normas internacionais que impeçam ou penalizem o uso secreto de IA por governos ou empresas. “Eu me consolo com a desculpa normal: se eu não tivesse feito isso, outra pessoa teria feito”, disse ele sobre seu arrependimento.

Fontes
The Guardian, BBC, The Sydney Morning Herald e Infobae
Imagens
iStock