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Sítio paleontológico no RS poderá ajudar a entender maior evento de extinção em massa da Terra

Local preserva fósseis de animais e plantas do período Permiano, que aconteceu há 260 milhões de anos
Por History Channel Brasil em 25 de Junho de 2022 às 00:24 HS
Sítio paleontológico no RS poderá ajudar a entender maior evento de extinção em massa da Terra-0

Um importante sítio paleontológico foi redescoberto nas proximidades de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, após mais de 70 anos perdido. Conhecido como Cerro Chato, o local preserva fósseis do período Permiano, que aconteceu há 260 milhões de anos. O estudo da região poderá ajudar a entender melhor a maior extinção em massa da Terra.

"Caça ao tesouro"

O sítio foi descoberto e descrito pela primeira vez em 1951 por pesquisadores que faziam mapeamento geológico no Pampa gaúcho. Naquela ocasião, fósseis, especialmente de plantas, foram coletados e descritos, evidenciando desde então a importância do local para a paleontologia nacional. Porém, os recursos tecnológicos disponíveis na época não permitiram o referenciamento geográfico exato da área, que teve sua localização perdida por sete décadas.

Sítio paleontológico de Cerro Chato

“Durante décadas a localização geográfica desse afloramento foi uma incógnita. Foi buscado como uma verdadeira ‘caça ao tesouro’ e, felizmente, depois de tanto tempo, teremos a oportunidade de continuar escrevendo essa história, por meio do registro fóssil”, afirmou Joseline Manfroi, paleobotânica e doutora pela Universidade do Vale do Taquari (Univates). No local, os cientistas já coletaram mais de 100 espécimes de fósseis de plantas, entre eles grupos pertencentes aos antepassados das atuais coníferas e samambaias e também fósseis de animais, como peixes e moluscos.

O final do período Permiano, de quando datam os fósseis encontrados, é marcado pela mais severa extinção em massa conhecida. Foi quando mais de 90% da vida na Terra acabou dizimada devido a intensas perturbações climáticas. “Os fósseis que estamos estudando têm importância mundial, pois são testemunhos diretos das mudanças ambientais que ocorreram durante o período Permiano. Esses estudos nos ajudarão a resgatar informações sobre a distribuição dessas plantas ao redor do mundo, além de colher evidências sobre como era o clima da época", disse Joseane Salau Ferraz, mestranda na Universidade Federal do Pampa.

Fontes
Univates e Live Science
Imagens
Ferraz et al, via Univates