Um novo estudo sugere que podemos estar vivendo dentro de um buraco negro
Um novo estudo levanta a possibilidade de que todo o universo observável, incluindo a Terra, seja na verdade um gigantesco buraco negro. Assinado por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália (UNA), o artigo foi publicado no periódico científico American Journal of Physics. Segundo seus autores, trata-se do "gráfico mais abrangente já criado de todos os objetos do universo".
Origem dos objetos do universo
Charley Lineweaver, autor do estudo, disse que seu objetivo era entender de onde vieram todos os objetos do universo. "Quando o universo começou, há 13,8 bilhões de anos, num big bang quente, não existiam objetos como prótons, átomos, pessoas, planetas, estrelas ou galáxias. Agora o universo está cheio desses objetos", disse ele. "A resposta relativamente simples para a origem deles é que, à medida que o universo esfriava, todos esses objetos se condensavam a partir de um fundo quente", afirmou.
Para mostrar esse processo da forma mais simples possível, os pesquisadores fizeram dois gráficos. O primeiro, mostra a temperatura e a densidade do universo à medida que ele se expandia e esfriava. O segundo representa graficamente a massa e o tamanho de todos os objetos no universo.
Vihan Patel, coautor do estudo, disse que o projeto levantou algumas questões importantes. "Partes deste gráfico mostram uma região 'proibida' - onde os objetos não podem ser mais densos que os buracos negros, ou são tão pequenos que a mecânica quântica confunde a própria natureza do que realmente significa ser um objeto singular", disse. Os pesquisadores dizem que os limites dos gráficos e o que está além delas também são um grande mistério.
"Na extremidade menor, o lugar onde a mecânica quântica e a relatividade geral se encontram é o menor objeto possível - um instanton. Este gráfico sugere que o universo pode ter começado como um instanton, que tem tamanho e massa específicos, em vez de uma singularidade, que é um ponto hipotético de densidade e temperatura infinitas", disse Patel.
"Em termos mais amplos, o gráfico sugere que se não houvesse nada - um vácuo completo - além do universo observável, nosso universo seria um grande buraco negro de baixa densidade. Isso é um pouco assustador, mas temos boas razões para acreditar que isso não seja o caso", concluiu.