Alfabeto de civilização perdida é identificado por acaso na Espanha
O antigo alfabeto de uma civilização perdida foi identificado por acaso na Espanha. A escrita estava gravada em uma tábua de 20 centímetros recentemente desenterrada durante uma escavação arqueológica perto da cidade de Guareña. Conhecido como Casas del Turuñuelo, o local era habitado pela população Tartéssica, que se desenvolveu no sudoeste da Península Ibérica há cerca de 2.500 anos.
Artefato importante
Quando o Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha revelou a descoberta, o órgão explicou apenas que a peça trazia gravuras de indivíduos em combate, identificados como guerreiros. A notícia chamou a atenção de Joan Ferrer i Jané, cientista da computação e especialista em línguas paleohispânicas da Universidade de Barcelona, que rapidamente percebeu que o artefato era ainda mais importante do que os relatórios iniciais sugeriam.
"Além das figuras, quando olhei para a placa, vi que em um dos lados parecia haver um sinal paleohispânico; um sinal que não pode ser confundido com nenhum outro", disse Ferrer. Ao entrar em contato com o Instituto de Arqueologia de Mérida para obter melhores imagens da tábua, ele descobriu que ela continha um exemplo muito raro de escrita paleohispânica do sul.
Após estudar as imagens, Ferrer explicou que tudo indica ser um alfabeto da escrita sulista com a sequência inicial ABeKaTuIKeLBaNS?ŚTaUE, quase igual à documentada no abecedário encontrado por arqueólogos em Espanca, na localidade de Castro Verde, em Portugal. Derivadas da escrita fenícia, as escrituras paleohispânicas se dividem em duas famílias: a nororiental e a meridional.
Agora, os pesquisadores querem esclarecer se o abecedário de Casas del Turuñuelo pode ser classificado com alguma das escritas já conhecidas ou se deve ser considerado uma escrita meridional independente. "Em todo caso, fica confirmado que neste sítio arqueológico ainda se escondem muitas mais inscrições que esperamos que venham à luz em futuras campanhas", concluiu Ferrer.