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Cemitério indígena de 10 mil anos é encontrado durante obras em São Luís do Maranhão

Descoberta aconteceu em um local que irá abrigar condomínios do projeto Minha Casa, Minha Vida
Por History Channel Brasil em 11 de Janeiro de 2024 às 13:08 HS
Cemitério indígena de 10 mil anos é encontrado durante obras em São Luís do Maranhão-0

Um cemitério indígena de aproximadamente 10 mil anos foi encontrado em um local que irá abrigar condomínios do projeto Minha Casa, Minha Vida em São Luís, no Maranhão. No local havia 43 ossadas humanas e mais de cem mil peças arqueológicas. Entre os achados, estão fragmentos de cerâmica, ferramentas de pedra, conchas e carvão.

Marco da pré-história brasileira

Os itens foram localizados durante a construção de prédios residenciais no bairro Vicente Fialho. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), a descoberta do sítio arqueológico, conhecido como Chácara Rosane, representa um marco da pré-história brasileira, remontando a um período da ocupação das Américas pelos povos sambaquieiros, ancestrais distantes e indiretos dos povos originários anteriores à chegada dos colonizadores. Pesquisas prévias realizadas na década de 1970 pelo pesquisador Olavo Lima, embora apontassem para a existência de um sítio no local, não revelavam sua magnitude.

Sambaquis são sítios arqueológicos litorâneos, formados principalmente de conchas de moluscos e outros restos alimentares como sementes, ossos de animais de pequeno porte e sedimentos. Estudos anteriores em outros sambaquis da ilha de São Luís indicam que possivelmente as peças foram construídas por povos catadores-coletores que habitaram o local há mais de seis mil anos.  

Em entrevista ao Estadão, o arqueólogo Wellington Lage, responsável pelo resgate, disse que as peças são de culturas e períodos variados. Ele acredita que elas vão desde antigas cerâmicas do tipo Mina, passando pelas Tupi, amazônicas, até as Tupinambá, já no momento do contato com os colonizadores europeus. Análises estão sendo feitas para definir a idade exata do material. Datações preliminares de sedimentos próximos indicam que eles variam entre cerca de 9 mil e 10 mil anos.

Fontes
Agência Brasil, Iphan e Estadão
Imagens
Nelyane Gomes/Iphan/Divulgação