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Pesquisadores encontram crânio humano que foi usado como taça há milhares de anos

Restos mortais modificados foram encontrados em uma caverna no sul da Espanha
Por History Channel Brasil em 24 de Setembro de 2023 às 12:57 HS
Pesquisadores encontram crânio humano que foi usado como taça há milhares de anos-0

Durante escavações em uma caverna na Espanha, pesquisadores encontraram um crânio humano que foi usado como taça. No local, foram encontrados outros restos mortais, como ossos, que teriam sido reaproveitados para outros propósitos. Estima-se que os achados sejam datados de algum período entre os séculos V e II a.C. 

Ferramentas

Os restos mortais, encontrados em um local conhecido como Cueva de los Marmoles, no sul da Espanha, pertencem a pelo menos 12 humanos. Ao analisar o material, os pesquisadores encontraram práticas funerárias complexas, com evidências de que os ossos foram modificados e usados até mesmo como ferramentas. Segundo os arqueólogos, os ossos apresentam evidências de fraturas e arranhões que podem ter resultado de esforços para extrair medula e outros tecidos.

Cueva de los Marmoles
Cueva de los Marmoles (Imagem: J.C. Vera Rodríguez (CC-BY 4.0), via EurekAlert

“Estas práticas são bem exemplificadas pela recuperação de uma ‘taça de caveira’ e de dois ossos longos utilizados como ferramentas. Estes dados alinham-se com os de outros contextos cavernícolas da mesma região geográfica, sugerindo a presença, especialmente durante o período Neolítico, de ideologias compartilhadas centradas no corpo humano", disseram os autores do estudo publicado no periódico científico PLOS ONE. A pesquisa é assinada por Zita Laffranchi e Marco Milella, da Universidade de Berna, na Suíça, e Rafael Martínez Sánchez, da Universidade de Córdoba, na Espanha.

O propósito para o qual a taça de caveira foi criada ou seu significado simbólico permanecem um mistério. De acordo com os cientistas, o crânio utilizado também mostra evidências de que o indivíduo foi submetido a um procedimento de trepanação (técnica de raspagem, incisão e perfuração craniana) enquanto ainda estava vivo. Atualmente, há um consenso científico de que essa prática era difundida entre diferentes culturas antigas.

Fontes
IFLScience, Live Science e Newsweek
Imagens
iStock