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Astrônomos descobrem que lua de Urano pode conter oceano oculto

Os pesquisadores se surpreenderam ao detectar depósitos ricos em dióxido de carbono na superfície de Ariel
Por History Channel Brasil em 03 de Agosto de 2024 às 12:04 HS
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Usando dados do Telescópio Espacial James Webb, uma equipe de astrônomos encontrou depósitos ricos em dióxido de carbono na superfície de Ariel, uma das luas de Urano. Os pesquisadores acreditam que a presença do elemento possa indicar a existência de um oceano oculto. Um estudo sobre a descoberta foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.

Descoberta surpreendente

Segundo os astrônomos, o gelo de dióxido de carbono se concentra especialmente no hemisfério "traseiro" de Ariel, que sempre fica voltado para longe da direção do movimento orbital da lua. Esta descoberta é surpreendente, pois, mesmo nas frias regiões do sistema de Urano, que está 20 vezes mais distante do Sol do que a Terra, o dióxido de carbono se transforma rapidamente em gás e se perde no espaço. A descoberta inusitada motivou os cientistas a investigar de onde está vindo esse elemento.

Ariel, lua de Urano
Ariel (Imagem: NASA Visualization Technology Applications and Development (VTAD))

Uma hipótese é que as interações entre a superfície da lua e partículas carregadas na magnetosfera de Urano criam dióxido de carbono por meio de um processo chamado radiólise, no qual moléculas são quebradas pela radiação ionizante. Mas o novo estudo favorece uma teoria alternativa: o dióxido de carbono e outras moléculas estão surgindo de dentro de Ariel, possivelmente de um oceano subterrâneo.

Utilizando o telescópio James Webb, a equipe descobriu que Ariel possui alguns dos depósitos mais ricos em dióxido de carbono do Sistema Solar, somando uma espessura estimada de 10 milímetros ou mais no hemisfério traseiro da lua. Entre esses depósitos, foi encontrada outra descoberta intrigante: os primeiros sinais claros de monóxido de carbono. A maior parte dos óxidos de carbono pode vir de processos químicos que ocorreram (ou ainda estão ocorrendo) em um oceano de água sob a superfície gelada, escapando por fissuras na camada externa da lua ou possivelmente até mesmo por meio de plumas eruptivas.

"Se nossa interpretação dessa característica do carbonato estiver correta, então esse é um resultado bastante significativo porque significa que teve que se formar no interior," disse Richard Cartwright, líder do estudo e pesquisador da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos. "Isso é algo que precisamos absolutamente confirmar, seja por meio de observações futuras, modelagem ou alguma combinação de técnicas", completou.

Fontes
Universidade Johns Hopkins
Imagens
NASA/Jet Propulsion Laboratory