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Buraco na camada de ozônio está três vez maior do que o Brasil, dizem cientistas

Medições de satélite indicam que o rombo sobre a Antártida atingiu um tamanho de 26 milhões de quilômetros quadrados
Por History Channel Brasil em 05 de Outubro de 2023 às 15:51 HS
Buraco na camada de ozônio está três vez maior do que o Brasil, dizem cientistas-0

Novas medições do satélite Copernicus Sentinel-5P indicam que o buraco na camada de ozônio deste ano sobre a Antártida é um dos maiores já registrados. Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA), o rombo atingiu um tamanho de 26 milhões de quilômetros quadrados em 16 de setembro de 2023. Isso equivale a aproximadamente três vezes o tamanho do território do Brasil.

Variação regular

Segundo os pesquisadores, o tamanho do buraco na camada de ozônio varia regularmente. De agosto a outubro ele aumenta de tamanho, atingindo um máximo entre meados de setembro e outubro. Quando as temperaturas elevadas na estratosfera começam a subir no hemisfério sul, a destruição do ozônio abranda, o vórtice polar enfraquece até ir embora, e no final de dezembro os níveis voltam ao normal. Esse fenômeno tem sido acompanhado mais de perto desde 2017, com o lançamento do satélite Copernicus Sentinel-5P, que monitora a situação. 

Os cientistas da ESA dizem que a variabilidade do tamanho do buraco na camada de ozônio é em grande parte determinada pela força de uma forte faixa de vento que flui ao redor da área da Antártida. Essa faixa de vento é uma consequência direta da rotação da Terra e das fortes diferenças de temperatura entre as latitudes polares e moderadas. Se ela for forte, funciona como uma barreira: as massas de ar entre as latitudes polares e temperadas não podem mais ser "trocadas", permanecendo isoladas nas latitudes polares e esfriando durante o inverno.

Embora ainda seja cedo para determinar a causa do aumento no buraco na camada de ozônio, alguns cientistas especulam que o fenômeno deste ano pode estar associado a uma erupção vulcânica no Japão. “A erupção do vulcão Hunga Tonga em janeiro de 2022 injetou muito vapor d'água na estratosfera que só atingiu as regiões polares sul após o fim do buraco na camada de ozônio de 2022", disse Antje Inness, analista do Serviço de Monitorização da Atmosfera Copernicus. Novas investigações serão necessárias para comprovar essa hipótese.

Fontes
 Agência Espacial Europeia
Imagens
Dados do Copernicus Sentinel (2023)/processados por DLR, via ESA/Divulgação