Estudo aponta que metade das geleiras do planeta podem derreter até 2100
Um novo estudo aponta que as geleiras do planeta estão mais ameaçadas do que se imaginava. De acordo com os cientistas, metade delas pode derreter até 2100 mesmo que as metas do Acordo de Paris sejam cumpridas. Caso isso ocorra, o fenômeno contribuirá significativamente para o aumento do nível do mar, comprometendo o abastecimento de água de até 2 bilhões de pessoas e aumentando o risco de desastres naturais, como inundações.
Derretimento acelerado
O estudo, assinado por David Rounce, da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, foi publicado na revista Science. Segundo o pesquisador, mesmo no melhor cenário possível de baixas emissões, no qual o aumento da temperatura média global fica limitado a 1,5° C em relação aos níveis pré-industriais, quase 50% das geleiras desapareceriam. Porém, se o aquecimento global continuar no cenário atual de 2,7°C de aquecimento, as perdas seriam mais significativas, com 68% das geleiras desaparecendo.
De acordo com os cálculos de Rounce, se os aumentos de temperatura ficarem limitados a 1,5°C de aquecimento, o nível médio do mar aumentaria em 90 mm até 2100. Mas, com 2,7°C de aquecimento, o derretimento glacial levaria a cerca de 115 mm de aumento do nível do mar. Esses cenários são até 23% superiores aos que os modelos anteriores previam.
“A perda dessas geleiras, especialmente em horizontes de tempo que estão dentro de nossa vida ou na vida de nossos filhos, é realmente perturbadora”, disse Rounce. O pesquisador espera que seu estudo estimule os formuladores de políticas climáticas a reduzir as metas de mudança de temperatura além dos 2,7 °C atuais.