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Gelo mais frio do universo é detectado com a ajuda do telescópio James Webb

Segundo uma equipe internacional de pesquisadores, a temperatura das moléculas congeladas encontradas atinge -263°C
Por History Channel Brasil em 27 de Janeiro de 2023 às 11:33 HS
Gelo mais frio do universo é detectado com a ajuda do telescópio James Webb-0

Uma equipe internacional de astrônomos usou dados do Telescópio Espacial James Webb, da NASA, para detectar os gelos mais profundos e frios medidos até hoje no universo. Segundo os pesquisadores, a temperatura das moléculas congeladas atinge nada menos do que -263°C. A descoberta foi publicada em um estudo na revista Nature Astronomy. 

Formação de planetas e estrelas

No estudo, a equipe investigou gelos incrustados em uma região particularmente fria, densa e difícil de investigar da nuvem molecular Chamaeleon I. Essa região, situada a cerca de 500 anos-luz da Terra, está atualmente em processo de formação de dezenas de jovens estrelas. Esta é a pesquisa mais abrangente já feita sobre os ingredientes gelados disponíveis para formar as futuras gerações de estrelas e planetas, antes de serem aquecidos.

Telescópio Espacial James Webb
Telescópio Espacial James Webb (Imagem: NASA/Divulgação)

Para construir um planeta habitável, os gelos são um ingrediente vital, pois são a principal fonte de vários elementos-chave, como carbono, hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e enxofre. Eles são ingredientes importantes tanto em atmosferas planetárias quanto em moléculas como açúcares, álcoois e aminoácidos simples. No estudo, a equipe conseguiu identificar formas congeladas de uma ampla gama de moléculas, desde sulfeto de carbonila, amônia e metano, até a molécula orgânica complexa mais simples, o metanol.

“Nossos resultados fornecem informações sobre o estágio inicial de química escura da formação de gelo nos grãos de poeira interestelar que se transformarão em pedras de tamanho centimétrico a partir das quais os planetas se formam em discos”, disse Melissa McClure, astrônoma do Observatório de Leiden, na Holanda, e autora principal do estudo. “Essas observações abrem uma nova janela sobre os caminhos de formação para as moléculas simples e complexas necessárias para fazer os blocos de construção da vida”, completou.

Fontes
Live Science e NASA
Imagens
NASA/ ESA/CSA e M. Zamani (ESA)/Divulgação