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Impacto de asteroide gigante deslocou o eixo da maior lua do Sistema Solar

Um objeto espacial cerca de 20 vezes maior do que aquele que extinguiu os dinossauros na Terra atingiu Ganimedes, satélite natural de Júpiter
Por History Channel Brasil em 04 de Setembro de 2024 às 13:05 HS
Impacto de asteroide gigante deslocou o eixo da maior lua do Sistema Solar-0

Há cerca de 4 bilhões de anos, um asteroide colidiu com Ganimedes, a maior lua de Júpiter. Recentemente, um pesquisador da Universidade de Kobe, no Japão, descobriu que esse impacto fez com que o eixo de rotação do satélite natural se deslocasse, indicando que o objeto espacial era cerca de 20 vezes maior do que aquele que extinguiu os dinossauros na Terra. Essa colisão é considerada uma das maiores já registradas no Sistema Solar.

Mudança no eixo de rotação

Ganimedes, que supera até mesmo o planeta Mercúrio em tamanho, é conhecida por ter oceanos de água líquida sob sua superfície gelada. Assim como a Lua da Terra, esse satélite natural está travado em rotação sincronizada, mostrando sempre o mesmo lado para Júpiter. Em grande parte de sua superfície, há sulcos que formam círculos concêntricos ao redor de um ponto específico, o que levou cientistas na década de 1980 a concluir que foram causados por um grande impacto. "O que mais chamou minha atenção foram esses sulcos em Ganimedes," afirmou o planetologista Hirata Naoyuki, líder do estudo publicado no periódico Scientific Reports.

Impacto do asteroide em Ganimedes
Impacto do asteroide em Ganimedes (Imagem: HIRATA Naoyuki/Universidade de Kobe (CC BY), via EurekAlert)

Hirata, especialista em simulações de impactos em luas e asteroides, foi o primeiro a perceber que o local do impacto estava quase exatamente no meridiano oposto a Júpiter. Com base em comparações com um impacto semelhante em Plutão, que também causou uma mudança no eixo de rotação, Hirata calculou o tamanho do asteroide que poderia ter provocado essa reorientação em Ganimedes.

No estudo, Hirata estimou que o asteroide tinha aproximadamente 300 quilômetros de diâmetro, criando uma cratera transitória de até 1.600 quilômetros de diâmetro. Segundo suas simulações, apenas um impacto dessa magnitude seria capaz de deslocar o eixo de rotação da lua para sua posição atual.

"O impacto gigante deve ter tido um efeito significativo na evolução inicial de Ganimedes, mas os efeitos térmicos e estruturais no interior da lua ainda não foram investigados", explicou Hirata. Ele acredita que futuras pesquisas sobre a evolução interna de luas geladas, como Ganimedes, são essenciais para entender melhor sua origem e desenvolvimento.
 

Fontes
Universidade de Kobe, via EurekAlert
Imagens
HIRATA Naoyuki/Universidade de Kobe (CC BY), via EurekAlert