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Impacto de asteroide pode ter transformado a Terra em "bola de neve" no passado

Nosso planeta congelou quase que por inteiro há cerca de 700 milhões de anos
Por History Channel Brasil em 13 de Fevereiro de 2024 às 11:57 HS
Impacto de asteroide pode ter transformado a Terra em "bola de neve" no passado-0

Há cerca de 700 milhões de anos, a Terra congelou quase que por inteiro, se tornando uma espécie de "bola de neve". Dois novos estudos identificaram as possíveis causas do fenômeno. Um deles diz que o período glacial foi provocado pela queda de um asteroide, enquanto outro levanta a hipótese de que eventos vulcânicos seriam responsáveis pelo frio extremo. 

Asteroide ou atividade vulcânica?

Para o primeiro estudo, os pesquisadores utilizaram um modelo climático que representa a circulação atmosférica e oceânica, bem como a formação de gelo marinho, em diferentes condições. Os cientistas aplicaram o seu modelo às consequências de um hipotético impacto de asteróide em quatro períodos distintos do passado. Para os cenários do Último Máximo Glacial e do Neoproterozóico, as projeções indicaram que a queda de um objeto espacial poderia ter colocado a Terra num estado de “bola de neve”.

“O que mais me surpreendeu nos nossos resultados é que, dadas as condições climáticas iniciais suficientemente frias, um estado de 'bola de neve' após o impacto de um asteroide pode desenvolver-se sobre o oceano global em questão de apenas uma década”, disse Alexey Fedorov, pesquisador da Universidade Yale e coautor do estudo, publicado no periódico Science Advances. “Naquela altura, a espessura do gelo marinho na Linha do Equador atingiria cerca de 10 metros. Isto pode ser comparado com uma espessura típica de gelo marinho de um a três metros no Ártico moderno”, afirmou.

Já o outro estudo, assinado por pesquisadores australianos e publicado no periódico Geology, trabalha com outra teoria. “Várias causas foram propostas para o desencadeamento e o fim desta era glacial extrema, mas o aspecto mais misterioso é por que ela durou 57 milhões de anos – um período de tempo difícil para nós, humanos, imaginarmos”, disse Adriana Dutkiewicz, líder do estudo e pesquisadora da Universidade de Sydney.

Usando modelos de placas tectônicas que explicam a evolução dos continentes, os pesquisadores perceberam que o início da era glacial está correlacionado com um nível mais baixo de emissões vulcânicas de CO2. “Agora acreditamos que desvendamos o mistério: emissões vulcânicas de dióxido de carbono historicamente baixas, auxiliadas pelo desgaste de uma grande pilha de rochas vulcânicas no que hoje é o Canadá; um processo que absorve o dióxido de carbono atmosférico”, afirmou a pesquisadora.  "O resultado foi que o CO2 atmosférico caiu a um nível em que a glaciação entrou em ação", completou o coautor Dietmar Müller, da Universidade de Sydney.
 

Fontes
Universidade Yale e Universidade de Sydney
Imagens
iStock