Nova pesquisa revela indícios de que Marte abrigou água no passado
Ao analisar camadas de rochas, uma equipe de pesquisadores dos Estados Unidos descobriu que uma região de Marte chamada Terra Arabia já abrigou água. Essa área, que é um pouco maior do que a Europa, possui crateras, caldeiras vulcânicas, cânions e faixas rochosas. O estudo foi publicado no periódico científico Geology.
Água em Marte
Essas camadas e como elas se formaram foram o foco de pesquisa assinada por cientistas das universidades Johns Hopkins e Northern Arizona, nos Estados Unidos. "Estávamos especificamente interessados em usar rochas na superfície de Marte para obter uma melhor compreensão de como era seu ambiente entre três a quatro bilhões de anos atrás e se poderia ter havido condições climáticas adequadas para a vida na superfície", disse Ari Koeppel. "Queríamos saber se havia água estável, por quanto tempo essa substância poderia ter existido, como seria a atmosfera e como seria a temperatura na superfície", completou o pesquisador.
Para entender melhor o que aconteceu para criar as camadas de rocha, os cientistas se concentraram na inércia térmica, fator que define a capacidade de um material de mudar de temperatura. A areia, com partículas pequenas e soltas, ganha e perde calor rapidamente durante o dia, enquanto uma rocha sólida permanece quente por muito tempo, mesmo à noite. Observando as temperaturas da superfície marciana, eles foram capazes de determinar as propriedades físicas das rochas em sua área de estudo.
Por meio de uma série de investigações usando dados coletados remotamente por satélite, os pesquisadores observaram a inércia térmica, a condição das crateras além de evidências de erosão e quais minerais estavam presentes na região. As análises sugerem que pode ter havido água por lá, mas não por muito tempo. "Descobrimos que esses depósitos são muito menos coesos do que todos pensavam, indicando que essa configuração só poderia ter abrigado água durante um breve período", disse Koeppel.
"Para algumas pessoas, isso tira a graça da história, porque muitas vezes pensamos que ter mais água por mais tempo significa que há uma chance maior de ter havido vida por lá em algum momento", afirmou Koeppel. "Mas para nós, é realmente muito interessante pois levanta um conjunto de novas questões: Quais são as condições que poderiam ter permitido que houvesse água por um breve período de tempo? Poderia ter havido geleiras que derreteram rapidamente com a erupção de grandes inundações? Poderia ter havido um sistema de água subterrânea que se infiltrou do solo por apenas um breve período de tempo apenas para afundar de volta?" indagou. Novas pesquisas serão necessárias para que essas perguntas possam ser respondidas.