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Novos satélites da Agência Espacial Europeia poderão criar eclipses artificiais

Tecnologia proporcionará observações prolongadas da coroa solar, uma região pouco estudada do Sol
Por History Channel Brasil em 13 de Dezembro de 2024 às 15:24 HS
Novos satélites da Agência Espacial Europeia poderão criar eclipses artificiais-0

Dois satélites inovadores da Agência Espacial Europeia (ESA) foram lançados a partir da Índia com o objetivo de revolucionar missões espaciais futuras. A missão Proba-3, composta por duas plataformas autônomas, demonstra voo de formação com precisão milimétrica, simulando um único satélite gigante. Esse avanço permitirá a criação de eclipses solares artificiais no espaço, proporcionando observações prolongadas da coroa solar, uma região pouco estudada do Sol.

Eclipses por encomenda

Os satélites, chamados Occulter Spacecraft e Coronagraph Spacecraft, produzirão eclipses que irão proporcionar aos cientistas uma janela de seis horas para investigar a atmosfera externa do Sol. Caso a fase inicial transcorra conforme o planejado, os equipamentos começarão sua operação plena em cerca de quatro meses.

Satélite Occulter eclipsando o Sol para o Coronagraph
Satélite Occulter eclipsando o Sol para o Coronagraph (Imagem: ©ESA-P. Carril/Divulgação)

Os cientistas detalharam que o Occulter se alinhará com o Sol e usará um disco, que atuará como um substituto da Lua, para projetar uma sombra sobre o Coronagraph, que estará posicionado a cerca de 150 metros de distância. Os dois satélites precisam estar alinhados milimetricamente para evitar que muita luz passe e prejudique a coleta de dados. A tecnologia permitirá explorar as fontes do vento solar, as temperaturas da coroa solar e os impulsionadores da atividade do Sol como nunca antes foi possível.

Até hoje, os cientistas precisavam viajar pelo mundo para se posicionarem e conseguir uma breve visão dessa região durante eclipses solares totais, que duram apenas alguns minutos. "Atualmente, não é possível monitorar a região entre 1,1 e 3 raios solares. Proba-3 preencherá essa lacuna, permitindo acompanhar fenômenos como ejeções de massa coronal e a aceleração do vento solar", explicou Andrei Zhukov, do Observatório Real da Bélgica.

Fontes
ESA
Imagens
istock