Satélite desgovernado da Agência Espacial Europeia cai no Oceano Pacífico
O satélite desativado European Remote Sensing 2 (ERS-2), da Agência Espacial Europeia (ESA), caiu no Oceano Pacífico às 14h17 (horário de Brasília) desta quarta-feira (21 de fevereiro). A previsão era que o equipamento retornasse à Terra de forma descontrolada em meados de fevereiro, mas ninguém sabia ao certo qual região do planeta seria atingida. Segundo a ESA, a queda aconteceu sem incidentes.
Arrasto atmosférico imprevisível
O equipamento foi lançado ao espaço pela ESA em 1995 para fazer observações sobre o clima da Terra. O satélite foi desativado em 2011 e desde então iniciou-se um longo processo para tirá-lo de órbita e programar seu retorno ao planeta. Todo o combustível restante foi esgotado durante a desorbitação para reduzir o risco de mau funcionamento interno. Como resultado, não foi possível controlar o ERS-2 em nenhum momento durante a sua reentrada e a única força que impulsionou a sua descida foi o arrasto atmosférico imprevisível.
“A reentrada atmosférica descontrolada tem sido há muito tempo um método comum para a eliminação de objetos espaciais no final da sua missão”, disse Tim Flohrer, Chefe do Gabinete de Detritos Espaciais da ESA. “Em 67 anos de voos espaciais, milhares de toneladas de objetos espaciais artificiais reentraram na atmosfera. As peças que chegam à superfície raramente causaram qualquer dano e nunca houve um relato confirmado de ferimento humano”, completou. O satélite caiu em um local entre o Havaí e o Alasca.
O ERS-2 e o seu antecessor ERS-1 foram os satélites mais sofisticados já lançados pela Europa. “Os satélites ERS forneceram um conjunto de dados que mudou a nossa visão do mundo em que vivemos”, disse Simonetta Cheli, diretora de Programas de Observação da Terra da ESA. “Eles forneceram-nos novos conhecimentos sobre o nosso planeta, a química da nossa atmosfera, o comportamento dos nossos oceanos e os efeitos da atividade da humanidade no nosso ambiente, criando novas oportunidades para investigação e aplicações científicas”, concluiu.