Sonda da NASA atravessa violenta explosão solar e registra tudo em vídeo
A sonda Parker, da NASA, passou por um de seus maiores testes de resistência ao atravessar uma explosão solar e sobreviver. A experiência foi toda registrada por uma câmera a bordo do equipamento. As imagens poderão ajudar os cientistas a comprovar uma teoria a respeito do fenômeno conhecido como ejeção de massa coronal (ou CME, na sigla em inglês).
Interação com a poeira interplanetária
Um estudo de 2003 teorizou que as CMEs (imensas erupções da coroa solar) podem interagir com a poeira interplanetária em órbita ao redor do Sol. O fenômeno é capaz de colocar satélites em risco, atrapalhar as tecnologias de comunicação e navegação e até mesmo destruir as redes elétricas na Terra. Aprender mais sobre as ejeções poderia ajudar os cientistas a prever melhor quando o nosso planeta está no alvo desses impactos.
Pela primeira vez, o equipamento da NASA conseguiu registrar uma interação do tipo. “Essas interações entre CMEs e poeira foram teorizadas há duas décadas, mas não haviam sido observadas até que a Sonda Solar Parker viu uma ejeção de massa coronal agir como um aspirador de pó, tirando a poeira de seu caminho”, disse Guillermo Stenborg, astrofísico do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e principal autor do novo estudo. Essa poeira é composta por minúsculas partículas de asteroides, cometas e até planetas e está presente em todo o sistema solar.
Another first! Our Parker Solar Probe flew through an eruption from the Sun, and saw it “vacuuming up” space dust left over from the formation of the solar system. It's giving @NASASun scientists a better look at space weather and its potential effects on Earth.… pic.twitter.com/AcwLXOlI6m
— NASA (@NASA) September 18, 2023
A descoberta pode ajudar a aprimorar os alertas futuros sobre CMEs perigosas. Atualmente, esses avisos são emitidos apenas 30 minutos antes das tempestades chegarem, já que os cientistas têm dificuldade em prever a rapidez com que elas se movem entre o Sol e a Terra. Os pesquisadores estão apenas começando a entender que a poeira interplanetária afeta a forma e a velocidade de uma CME e as observações da sonda Parker poderão ser muito úteis para esclarecer o fenômeno.