Múmias exibidas no México estão contaminadas com fungo que pode infectar pessoas

As Múmias de Guanajuato são uma das principais atrações de um museu na cidade de mesmo nome, no México. Agora, o Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) alertou que elas podem representar um risco para a saúde pública. Isso porque em um dos corpos mumificados foi verificada a proliferação de colônias de fungos capazes de infectar humanos.

Riscos biológicos

Essas múmias se formaram naturalmente: em 1833, os corpos de vítimas de uma epidemia de cólera foram enterrados em criptas de solo seco e rico em minerais. As condições ambientais geraram uma mumificação espontânea dos cadáveres. Alguns deles estão tão bem preservados que mantiveram até os cabelos, a pele bronzeada e as roupas que vestiam originalmente.

"Das fotos publicadas, pelo menos um dos cadáveres em exibição, que foi inspecionado pelo instituto em novembro de 2021, mostra sinais de proliferação de possíveis colônias de fungos", alertou o INAH. “É preocupante que as múmias ainda sejam exibidas sem proteção do público contra riscos biológicos. Tudo isso deve ser estudado com cuidado para saber se há indícios de risco ao patrimônio cultural, bem como para quem as manuseia e as visita”, disseram os representantes do órgão. Alguns dos corpos mumificados já foram exibidos nos Estados Unidos.

Todas as múmias foram desenterradas de suas sepulturas entre 1865 e 1958, quando uma lei exigiu que os parentes pagassem uma taxa para manter os corpos no cemitério. Noventa por cento dos corpos do cemitério foram desenterrados, porque seus parentes não pagaram a taxa, sendo que 2% deles estavam naturalmente mumificados. Eles foram guardados em um depósito e desde o início do século XX as múmias começaram a atrair turistas.