Após mais de 50 anos, cientistas descobrem do que é feito o núcleo da Lua
Depois de mais de cinco décadas desde que as missões Apollo visitaram a Lua, cientistas finalmente conseguiram desvendar um grande mistério que envolvia o satélite natural da Terra. Novas análises revelaram a existência de um núcleo interno sólido lunar, cercado por um outro externo fluido, muito parecido com o que acontece no nosso planeta. A descoberta foi publicada em um estudo na revista Nature.
Núcleo interno da Lua
Para fazer a descoberta, os pesquisadores da Universidade Côte d'Azur e do Instituto de Mecânica Celestial e Cálculos de Efemérides (IMCCE) coletaram dados de missões espaciais e experimentos de laser para compilar um perfil de várias características lunares. Entre elas, estão o grau de sua deformação por sua interação gravitacional com a Terra, a variação em sua distância do nosso planeta, e sua densidade. Em seguida, eles conduziram uma modelagem com vários tipos de núcleo para descobrir qual combinava mais com os dados observacionais.
Assim, os cientistas descobriram que o núcleo interno sólido é composto por um metal cuja densidade é próxima à do ferro. De acordo com o estudo, ele tem aproximadamente 500 quilômetros de diâmetro, ou seja, equivale a 15% do tamanho total da Lua. Provavelmente devido a esse tamanho diminuto sua existência não havia sido detectada anteriormente.
Além disso, o estudo encontrou a primeira evidência de um fenômeno que acontece no manto na Lua. Trata-se de um processo pelo qual o material derretido mais quente sobe pelo manto como bolhas de cera em uma lâmpada de lava decorativa. Segundo os pesquisadores, isso pode explicar a presença de ferro na superfície Lunar.