Em novo estudo, astrônomos procuram exoplanetas habitáveis próximos da Terra

Astrônomos estão pesquisando se estrelas próximas à Terra podem abrigar exoplanetas habitáveis. Usando um mapa estelar tridimensional criado com dados do telescópio espacial de raios-X Chandra, da NASA, eles procuraram por mundos alienígenas que possam abrigar vida. Os resultados foram apresentados na 244ª reunião da Sociedade Astronômica Americana, em Madison, nos Estados Unidos.

A pesquisa se concentrou em estrelas suficientemente próximas à Terra, onde telescópios futuros poderiam capturar imagens de planetas em zonas habitáveis (regiões onde a água líquida poderia existir na superfície dos planetas). Embora essas imagens mostrem apenas pontos de luz, os espectros obtidos — a quantidade de luz em diferentes comprimentos de onda — poderão revelar informações sobre a composição da superfície e a atmosfera desses planetas.

Um dos fatores que influenciam a habitabilidade de um planeta é a quantidade de raios-X e luz ultravioleta prejudicial que ele recebe de sua estrela hospedeira. Essas radiações podem danificar ou até mesmo destruir a atmosfera do planeta. "Sem caracterizar os raios-X da estrela hospedeira, estaríamos perdendo um elemento crucial para determinar se um planeta é realmente habitável ou não", afirmou Breanna Binder, da Universidade Estadual Politécnica da Califórnia, em Pomona, que liderou o estudo.

Os pesquisadores analisaram dados de 57 estrelas próximas, algumas delas já conhecidas por abrigar planetas. As estrelas foram avaliadas quanto ao brilho em raios-X, à energia desses raios e às variações rápidas de intensidade, causadas, por exemplo, por erupções estelares. Estrelas com raios-X mais brilhantes e energéticos podem causar maiores danos às atmosferas dos planetas orbitantes.

Com base nesses dados, a equipe identificou estrelas cuja zona habitável apresenta um ambiente de radiação semelhante ou até mais brando do que aquele no qual a Terra evoluiu. "Essas condições podem desempenhar um papel crucial na manutenção de uma atmosfera rica, como a encontrada na Terra", explicou Sarah Peacock, pesquisadora da Universidade de Maryland e coautora do estudo.