Estudo aponta que ventos solares seriam a verdadeira origem da água na Terra
Nos últimos anos, a teoria de que a água chegou ao nosso planeta por meio de asteroides ricos nesse elemento tem ganhado cada vez mais adeptos. No entanto, uma nova pesquisa adicionou um elo a essa possível cadeia de origem: os autores acreditam que os ventos solares podem estar intimamente relacionados com a água na Terra. Um estudo que aborda essa teoria foi publicado no periódico The Astrophysical Journal.
Partículas carregadas
Segundo essa hipótese, as partículas carregadas, principalmente prótons e elétrons, liberadas pela atmosfera externa do Sol, interagem com metais ricos em oxigênio, provocando uma reação química que forma água. No experimento, os cientistas bombardearam a superfície de 14 tipos de minerais contendo oxigênio com átomos e íons de hidrogênio, para depois medir a quantidade de água formada e aderida à superfície.
Os cientistas observaram uma reação entre os íons H+ e os minerais de silicato, formando moléculas de água e hidroxila, o que poderia explicar a origem da água em objetos do Sistema Solar que possuem compostos de oxigênio e estão em contato com os ventos solares. No entanto, uma formação direta na Terra seria difícil, pois a atmosfera e o campo magnético impediam que o vento solar entrasse em contato com esses minerais. Por isso, os autores acreditam que os ventos solares impactaram asteroides com presença de oxigênio, que, ao colidir com a Terra, trouxeram a água consigo.
"Os resultados dos experimentos resumidos neste trabalho, focados no bombardeio da superfície com átomos de hidrogênio, confirmam claramente a teoria da interação de átomos e íons de hidrogênio ou deutério excitados no estado de Rydberg com os oxigênios de superfície de minerais oxidados", escreveram os autores. "Nossos experimentos tentam explicar a origem da água nas áreas de materiais sólidos contendo oxigênio (por exemplo, poeira, meteoroides, asteroides, cometas) expostos a uma corrente de partículas carregadas próximas a uma estrela-mãe". O estudo foi liderado por Svatopluk Civiš, da Academia de Ciências da República Tcheca, em Praga.