Inicio

Nova imagem pode ajudar a decifrar mistério do nascimento dos planetas

Enormes aglomerados de poeira perto de uma estrela jovem poderão se tornar um "berçário planetário"
Por History Channel Brasil em 21 de Agosto de 2023 às 11:53 HS
Nova imagem pode ajudar a decifrar mistério do nascimento dos planetas-0

Uma equipe internacional de astrônomos encontrou pistas que podem ajudar a decifrar o mistério do nascimento dos planetas. Com o auxílio de telescópios de última geração, os investigadores fizeram uma imagem que mostra enormes aglomerados de poeira próximo de uma estrela jovem, que um dia poderão colapsar e formar planetas gigantes. Um estudo sobre a descoberta foi publicado no periódico científico The Astrophysical Journal Letters.

Estrela V960 Mon

O estudo é baseado em uma imagem obtida por um instrumento montado no Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO), que mostra com extremo detalhe o material que rodeia a estrela V960 Mon. Situada a mais de cinco mil anos-luz de distância da Terra, na constelação do Unicórnio, essa estrela jovem chamou a atenção dos astrônomos em 2014 quando aumentou subitamente o seu brilho em mais de vinte vezes. As observações, obtidas pouco depois do início dessa “explosão” de brilho, revelaram que a matéria que orbita V960 Mon está se aglutinando numa série de braços espirais intrincados que se estendem ao longo de distâncias maiores que todo o nosso Sistema Solar.

“Esta descoberta é verdadeiramente excitante já que marca a primeira detecção de aglomerados em torno de uma estrela jovem, com o potencial de dar origem a planetas gigantes”, disse Alice Zurlo, investigadora na Universidade Diego Portales, no Chile, envolvida no estudo. Os astrónomos acreditam que os planetas gigantes se formam ou por “acreção no núcleo”, quando grãos de poeira se juntam, ou por “instabilidade gravitacional”, quando grandes fragmentos de material em torno de uma estrela se contraem e colapsam. Apesar dos investigadores já terem encontrado evidências anteriores para o primeiro destes cenários, as pistas que apontam para a segunda hipótese permanecem escassas.

“Até agora ainda ninguém tinha visto uma observação real de instabilidade gravitacional a ocorrer a escalas planetárias,” disse Philipp Weber, investigador na Universidade de Santiago, Chile, que liderou o estudo. “Há mais de dez anos que o nosso grupo procura sinais de como é que os planetas se formam, por isso não podíamos estar mais entusiasmados com esta descoberta,” completou Sebastián Pérez, membro da equipe da Universidade de Santiago, Chile.

Fontes
ESO
Imagens
ESO/ALMA (ESO/NAOJ/NRAO)/Weber et al.