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Massacre na Idade do Bronze: Estudo revela canibalismo em sítio arqueológico na Inglaterra

Pesquisadores encontraram indícios de violência extrema e desumanização em um episódio pré-histórico intrigante
Por History Channel Brasil em 02 de Janeiro de 2025 às 13:09 HS
Massacre na Idade do Bronze: Estudo revela canibalismo em sítio arqueológico na Inglaterra-0

Um novo estudo publicado no periódico Antiquity revela o maior exemplo conhecido de violência interpessoal na pré-história britânica. No sítio arqueológico de Charterhouse Warren, na Inglaterra, foram encontrados restos de pelo menos 37 pessoas, vítimas de um massacre na Idade do Bronze Inicial. Os ossos apresentam marcas de violência, incluindo cortes e fraturas, indicando que os corpos foram intencionalmente desmembrados e possivelmente consumidos antes de serem descartados em um poço de 15 metros de profundidade.

Canibalismo

Os pesquisadores analisaram mais de três mil ossos humanos e fragmentos, descobertos na década de 1970. Entre as vítimas estavam homens, mulheres e crianças, representando uma comunidade inteira. Evidências de mortes violentas, sem qualquer indicação de luta, sugerem que as pessoas foram surpreendidas. É provável que todas tenham sido massacradas e que o desmembramento tenha sido realizado por seus inimigos.

Crânios de vítimas do massacre
Crânios de vítimas do massacre (Imagem: Schulting et al. Antiquity, 2024 (CC BY 4.0)/Divulgação

As marcas de corte e fraturas nos ossos sugerem que o canibalismo não era um ritual funerário, como o observado em outros sítios, mas uma tentativa de desumanizar as vítimas. Misturar ossos humanos e de animais reforça essa ideia, equiparando os mortos a restos de caça. Apesar disso, o consumo humano por necessidade é descartado, já que havia abundância de alimentos no local, como demonstram os ossos de gado também encontrados.

Para os pesquisadores, Charterhouse Warren é um lembrete de que atrocidades como essas não são exclusivas dos tempos modernos. "É um dos raros sítios arqueológicos que desafia a maneira como pensamos sobre o passado", afirmou Rick Schulting, pesquisador da Universidade de Oxford e líder do estudo. "É importante contar essa história, pois provavelmente não foi um evento isolado", concluiu.

Fontes
Universidade de Oxford
Imagens
istock